Divinos rivais livro de Rebecca Ross

Talvez a obra não agrade a parte do público que não está procurando por muito romance em meio a um cenário fantástico que quase não é explorado. Então pra mim não foi lá tanta surpresa não ter amado a história. Inclusive, ele só entrou no meu radar por que foi o livro escolhido do mês no clube de leitura que participo (aliás, indico muito. É o clube da Alana, do canal Mais livros que amigos). Divinos Rivais foge um pouco das fantasias que eu prefiro, épica, medieval, mais centrada nas tramas do que em um específico. E essa já é a primeira razão para você passar longe se não quiser encarar o desenrolar de um romance que deixa um pouco a desejar.

Iris é uma jornalista que disputa um cargo no jornal onde trabalha. Ela quer ser colunista principal, e junto com ela trabalha Roman, seu inimigo número um. Nesse mundo onde eles vivem está se desenrolando uma guerra entre deuses. O irmão de Iris, Forest, partiu para a linha de frente, deixando a garota sozinha lidando com problemas familiares e pessoais.

Para se aliviar do fardo e tentando lidar com a saudade que sente do irmão, Iris passa a escrever cartas para ele, que envia através de uma guarda roupa mágico. Esse é um aspecto intrigante da trama. Mas quem recebe seus desabafos é Roman. O garoto decide responder, mas sem contar pra Iris, então enquanto ele finge odiá-la no trabalho, todos os dias a noite os dois se correspondem, criando um vínculo secreto entre eles e uma paixão repentina.

Eu achei esse romance bem morno. Os dois tem química, mas a história passa muito depressa para que essa paixão evoluísse e se transformasse no “romance épico” prometido. Na verdade não foi surpresa nenhuma saber que o Roman sempre foi apaixonado pela Iris, isso estava claro nas atitudes dele. E foi um grande balde de água fria saber que ele quem recebia as cartas, estragou parte do mistério – ou eu que pensei em um modo diferente que a autora poderia ter feito, enfim, expectativas que eu mesma criei como leitora.

Outra razão para não ler é o fato da magia e o mundo ser bem pouco explorado a ponto de confundir o leitor. Não consegui me situar bem se a história é contemporânea ou não. Temos muitos elementos atuais presentes mas os personagens ainda usam máquinas de escrever enquanto tem algumas tecnologias disponíveis. Isso me confundiu bastante.

A guerra entre os deuses, a magia e mesmo a questão das máquinas de escrever que se conectam, fica em segundo plano. Coisas que eu teria amado descobrir mais. Também temos personagens secundários que poderiam ter se tornado incríveis dentro da narrativa e que senti falta de ver em ação. Quando eles apareciam era mais para compor diálogos ou trazer fator irrelevantes para o decorrer dos acontecimentos.

E aliás, o livro só toma fôlego lá pelos 30% da leitura. O início pode ser um pouco enfadonho e bem sem graça. A autora tentou desenvolver o contato de Roman e Iris nessas páginas iniciais, para que o leitor se apegasse aos dois, imagino, e quando viesse a parte seguinte o drama pudesse ser sentido. O que pra mim não funcionou, por que apesar de bem escrito não senti necessariamente empolgação lendo as cenas de ação. São curtas e pouco empolgantes, focando como eu disse anteriormente, no romance. Se não for fã de “romantasia” não perca seu tempo lendo.

A história é bem rápida e a todo momento eu senti que poderia estar lendo outra coisa, tanto que não me sinto empolgada para a continuação, apesar de os acontecimentos finais terem me deixado intrigada. É um livro ruim? Depende do que você busca. Minha avaliação final foi de três estrelas para Divinos Rivais, achei uma leitura ok mas falta muuuuito para ser tão bom assim como dizem. Claro que essa é a minha opinião, por que meu gosto é bem diferente e essa resenha é só para que se você estiver pensando em ler pela sinopse ou pela hype ajuste a régua da expectativa.