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Lorenna Barcelos Books

As melhores frases do livro Belo mundo, onde você está de Sally Rooney

frases reflexivas de livros

A autora Sally Rooney escreve livros com frases inspiradoras e suas histórias tratam de amor, nem sempre romântico, e também de relações entre pessoas. Por exemplo, Belo mundo, onde você está acompanhamos a história de quatro amigos; Alice, Felix, Eileen e Simon ainda são jovens, mas sentem cada vez mais a pressão do passar dos anos. Eles se desejam, se iludem, se amam e se separam. Eles se preocupam com sexo, com amizade, com os rumos do planeta e com o próprio futuro. Seriam eles as últimas testemunhas do ocaso? Eles vão conseguir encontrar uma forma de viver mais uma vez em um belo mundo? Com uma prosa única e brutal, Sally Rooney constrói mais um romance inigualável sobre o que significa amadurecer sem deixar a si mesmo para trás.

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“Mas esse sentido de presente contínuo já não é uma característica da nossa vida. O presente se tornou descontínuo. Todo dia, até mesmo cada hora do dia, substitui e torna irrelevante o momento anterior, e os acontecimentos da nossa vida só fazem sentido em relação à timeline sempre em atualização dos jornais. Então, quando vemos os personagens dos filmes se sentarem à mesa de jantar ou passearem de carro, planejando assassinatos ou tristes por causa de seus casos amorosos, é natural que a gente queira saber o momento exato em que estão fazendo essas coisas no que diz respeito aos eventos históricos cataclísmicos que estruturam nosso senso de realidade atual. Já não existe ambiente neutro. Só existe a timeline.
Realmente não sei se isso vai dar origem a novas formas nas artes ou se vai significar o seu fim, pelo menos do jeito que as conhecemos.”
página 43

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“Desde que o vi, cada hora foi pior do que a anterior. Ou será que a dor que sinto agora é tão intensa que transcende minha capacidade de reconstruir a dor que senti naquele momento?
Parece que o sofrimento relembrado nunca é pior do que o sofrimento presente, ainda que na verdade tenha sido muito pior — não conseguimos nos lembrar do quanto foi pior porque a lembrança é mais fraca do que a vivência. … No entanto, minha intuição é de que realmente me sinto pior agora, dois dias depois de ver o Aidan, do que no momento em que o vi.”
página 45

“O que quer que eu saiba fazer, qualquer talento insignificante que eu possa ter, as pessoas esperam simplesmente que eu o venda — e falo literalmente, vender por dinheiro, até eu ter muito dinheiro e não me restar talento”
página 59

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“Bom, eu tenho uma nova teoria. Quer ouvir? Ignore este parágrafo caso não queira.
Minha teoria é de que os seres humanos perderam o instinto para a beleza em 1976, quando o plástico se tornou o material mais comum que existe. Dá para perceber a mudança em andamento ao olhar as fotografias de rua de antes e depois de 1976. Sei que temos bons motivos para sermos céticas em relação à nostalgia estética, mas o fato é que, antes dos anos 1970, as pessoas usavam roupas duráveis de lã e algodão, guardavam bebidas em garrafas de vidro, embalavam hortaliças em papel e enchiam as casas de móveis de madeira resistentes. Agora, a maioria dos objetos no nosso ambiente visual é feita de plástico, a substância mais feia da Terra, um material que, quando tingido, não pega a cor, e sim a transpira, de um jeito tão horrível que é inimitável. Uma coisa que os governos poderiam fazer com a minha aprovação (e não são muitas) seria proibir a produção de toda e qualquer forma de plástico que não seja muito necessária para a preservação da vida humana. O que você acha?”
página 80

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“Quanto mais penso em sexualidade, mais confusa e variada ela me parece, e mais reles o nosso jeito de falar sobre ela. A ideia de “fazer as pazes” com a sexualidade aparenta implicar, basicamente, compreender se você gosta de homem ou de mulher. Para mim, perceber que gosto tanto de homem como de mulher talvez tenha
sido um por cento do processo, talvez nem esse tanto. Sei que sou bissexual, mas não me sinto apegada à bissexualidade como identidade — isto é, não acredito que eu tenha algo de especial em comum com outros bissexuais. Quase todas as outras questões que carrego a respeito da minha identidade sexual me parecem mais
complicadas, sem um caminho óbvio para descobrir as respostas, e talvez sem nem mesmo linguagem para articular as respostas caso um dia as encontrasse. Como determinar que tipo de sexo curtimos e por quê? Ou o que o sexo representa para nós, com que frequência queremos fazer e em quais contextos? O que podemos aprender sobre nós mesmos através desses aspectos de nossa personalidade sexual? E cadê a terminologia para tudo isso? Tenho a impressão de que andamos por aí sempre sentindo uns ímpetos e desejos absurdamente fortes, fortes o bastante para nos dar vontade de arruinar nossa vida e sabotar nosso casamento e nossa carreira, mas ninguém está de fato tentando explicar o que são os desejos ou de onde surgem. Nossa forma de refletir e de falar sobre sexualidade parece tão limitada, se comparada ao poder exaustivo e debilitante da sexualidade conforme a experimentamos na vida real. Mas depois de digitar tudo isso para você, me pergunto se você não acha que sou louca, porque talvez você nem chegue perto de sentir um desejo sexual tão forte quanto o meu — vai ver que ninguém sente, sei lá. As pessoas não falam disso.”
página 95

“Considero o século XX uma longa pergunta, e no fim erramos a resposta. Não somos uns bebês azarados por termos nascido quando o mundo acabou? Depois disso, o planeta já não tinha mais chance, e não havia chance para nós. Ou vai ver que foi apenas o fim de uma civilização, a nossa, e em algum momento do futuro outra ocupe seu lugar. Nesse caso, estamos no último ambiente iluminado antes das trevas, dando testemunho de alguma coisa.”
página 97

“Talvez a gente tenha nascido para amar e se preocupar com quem a gente conhece, para continuar amando e se preocupando mesmo quando temos coisas mais importantes para fazer. E, se isso significa que a espécie humana vai se extinguir, essa não seria de certo modo uma boa razão para a extinção, a razão mais linda que se possa imaginar? Porque, quando deveríamos ter reorganizado a distribuição dos recursos mundiais e feito coletivamente a transição para um modelo econômico sustentável, estávamos preocupados com sexo e amizade. Porque nos amávamos demais e achávamos os outros interessantes demais. E amo esse aspecto da humanidade, e de fato é por esse exato motivo que torço para que sobrevivamos — porque somos uns idiotas em relação aos outros.”
página 114

“Pensando em como éramos ao nos conhecermos, acho que não estávamos erradas quanto a nada, a não ser nós mesmas. As ideias eram corretas, mas o erro foi acharmos que tínhamos importância. Bom, esse engano nos foi arrebatado de formas diferentes — eu ao não realizar absolutamente nada em mais de uma década de vida adulta, você (me perdoe) ao realizar tudo o que era possível e ainda assim não fazer nem um pingo de diferença para o funcionamento suave do sistema capitalista.”
página 207


“E era mais fácil e mais seguro continuar em uma situação ruim do que me responsabilizar por sair dela. Talvez, talvez. Não sei. Digo a mim mesma que quero ter uma vida feliz, e que as circunstâncias para essa felicidade simplesmente ainda não surgiram. Mas e se não for verdade? E se sou eu que não me permito ser feliz? Porque tenho medo, ou prefiro chafurdar na autocomiseração, ou não acredito merecer coisas boas, ou alguma outra razão. Sempre que algo de bom acontece comigo me pego pensando quanto tempo será que vai demorar para a situação degringolar. E praticamente quero que o pior aconteça logo, rápido, e se possível imediatamente, assim pelo menos não preciso mais ficar ansiosa.”
página 210

“Não consigo acreditar que a diferença entre certo e errado seja uma simples questão de gosto ou preferência; mas também não consigo me convencer a crer na moralidade absoluta, ou seja, em Deus. Isso me deixa em um não lugar filosófico, sem segurança das minhas convicções de ambos os lados. Não posso ter a satisfação de sentir que sirvo a Deus fazendo o que é certo, e, no entanto, a ideia de fazer o que é errado me enoja. Indo mais ao cerne da questão, acho meu trabalho moral e politicamente inútil, contudo é o que eu faço da minha vida, a única coisa que quero fazer.”
página 230

ASSISTA: Outro livro da mesma autora, Pessoas Normais

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