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Lorenna Barcelos Books

Opinião: Jurassic World Domínio 2022, o final que prometeu ser épico…

jurassic world dominio 2022

Chegou ao fim a trilogia de Jurassic World. Em Jurassic World Domínio os dinossauros estão vivendo entre os humanos, depois de serem libertados da mansão Lockwood por Maisie (Isabella Sermon) no filme dois da trilogia. Mas será que esse final foi realmente épico?

Dinossauros não são mais o maior perigo…
Se na primeira trilogia de Jurassic Park o horror ficava por conta das criaturas caçando seres humanos em seu habitat natural, mesmo que recriado, depois do seu encerramento já era possível prever que os animais sairiam da floresta e chegariam ao nosso território de uma maneira ou outra.

Sem os muros de nenhum parque os cercando dessa vez, a ameaça são os seres humanos e a ganância cada vez maior de lucrar com esses animais e atrair glória, status e dinheiro, disfarçado de “fazer um bem para a humanidade”.

Se na primeira trilogia de Jurassic Park o horror ficava por conta das criaturas caçando seres humanos em seu habitat natural, mesmo que recriado, depois do seu encerramento já era possível prever que os animais sairiam da floresta e chegariam ao nosso território de uma maneira ou outra.

Sem os muros de nenhum parque os cercando dessa vez, a ameaça são os seres humanos e a ganância cada vez maior de lucrar com esses animais e atrair glória, status e dinheiro, disfarçado de “fazer um bem para a humanidade”.

Para isso temos no filme muita tecnologia, promessa de descobertas inovadoras e uma nova empresa por trás de tudo. E, claro, além dos dinossauros uma nova espécie de criatura feita em laboratório.

O filme então mistura três linhas de ação em busca de um mesmo objetivo: a “salvação”. E ainda combinando a teoria do caos para deixar as cenas de ação cada vez melhores e manter o ritmo. A grande questão é que o protagonismo não fica com os dinossauros.

E falando em teoria do caos, a nostalgia é por conta do retorno de velhos conhecidos: Dr. Malcon, Dr. Grant e a magnífica Dra. Ellie Sattler. Esses personagens tão queridos voltam como uma espécie de âncora, dizendo que tudo vai ficar bem. Por que se não fossem eles, o espectador teria que se contentar somente com Owen jurando que que a mão dele erguida a frente e o contato visual com um velociraptor podem resolvem tudo. 

“Don’t move”, a fala inesquecível do Dr. Grant

Não fosse pelos três eu diria que o filme foi morno, parece só mais um, feito para cumprir contrato. Faltaram cenas emocionantes e de tirar o fôlego, os novos personagens inseridos deixaram a desejar e até mesmo a aparição da T-Rex foi um pouco para não deixar de inserir a cena (novamente os dinossauros como figurantes). 

Não fosse pelos três eu diria que o filme foi morno, parece só mais um, feito para cumprir contrato. Faltaram cenas emocionantes e de tirar o fôlego, os novos personagens inseridos deixaram a desejar e até mesmo a aparição da T-Rex foi um pouco para não deixar de inserir a cena (novamente os dinossauros como figurantes).

As histórias passadas desses personagens foram mal aproveitadas. Imagina que o Dr. Grant está em pleno séculos 21 ainda se esforçando com escavações… Em paralelo com a Dra. Sattler que seguiu um caminho muito mais tolerável para toda sua bagagem; achei sofrido. E o Ian, sempre tão determinado a ir contra toda a loucura de dinossauro entre os seres humanos também parece ter perdido a força na luta e estava trabalhando dando palestras para a grande empresa… Não poderiam mesmo ter dado um final mais digno pelo menos para eles?

“Vamos ter que coexistir com eles”

Porém qual seria a solução? Um novo meteoro estaria fora de cogitação, e como saiu tudo do controle, com as criaturas sendo traficadas no mercado negro pelo mundo inteiro, o governo envolvido e as burocracias processuais, o jeito foi tentar deixar rolar…

A conclusão foi fraca, mas realista. O ser humano não pode querer conquistar e subjugar tudo, e sim aceitar sua insignificância diante de tantos seres que estão por aí, por que definitivamente não estamos sozinhos nesse mundo.

Por quê tentar dominar e usar tudo para lucro e destruição sempre, se podemos aceitar e conviver com a natureza seguindo seu curso? Uma fome global quase se instaurou por isso e os dinossauros nem foram os culpados. Essa mensagem seria bonita, certo? Mas não traz solução, só causa efeito, é reflexiva, mas depois a gente esquece.

O diretor Colin Trevorrow pareceu querer usar esse curso da mensagem, mas não explorou o que de fato queríamos ver: dinossauros, personagens antigos trazendo sua bagagem e novo sendo inseridos para contribuir, e não sendo usados como heróis que vão salvar o mundo do mal.

“A vida encontra um meio”

Essa frase guiou quase todos os filmes, e uma personagem que não poderia ficar de fora e também deu as caras foi a Blue, que conseguiu se reproduzir sozinha. Além de Maisie, que também estava sendo caçada, e quase traz o holofote para ela e não aos dinossauros.

E se a vida encontra um meio, o filme termina dessa maneira que pareceu meio insossa, mas teve que descer mesmo não tendo agradado a todos os fãs. Eu pessoalmente sempre vou amar a loucura dos primeiros três filmes de Jurassic Park. A maestria de Spielberg e o ritmo intenso da narrativa que dava espaço somente aos dinossauros. Mas depois de Jurassic World, perde um pouco da diversão. E acho que não teria mais para onde correr se tivessem continuado com a trilogia, além de só deixar os dinossauros cada vez mais apagados.

Estou feliz pelo fim que teve, mas com o gosto amargo de que poderia ter sido realmente épico, mas não foi. 

"A vida na terra já existe há centenas de milhões de anos. E os dinossauros só foram uma parte disso. Nós somos uma parte menor ainda. Eles ajudam a colocar perspectiva (…) agimos como se estivéssemos sozinhos, mas não estamos. Fazemos parte de um sistema frágil composto por tudo que é vivo. Temos que confiar e contar uns com os outros. Coexistir”

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